O câncer de pênis é uma doença rara em muitos países, mas é relativamente mais comum em regiões de baixo nível socioeconômico e em países em desenvolvimento, como algumas áreas do Brasil, especialmente no norte e nordeste. Embora seja uma condição grave, o câncer de pênis é amplamente prevenível e, quando diagnosticado precocemente, pode ser tratado de forma eficaz.
Causas e Prevenção
O tipo mais comum de câncer de pênis é o carcinoma de células escamosas. Esse tipo de câncer está frequentemente relacionado à irritação crônica causada por má higiene, fimose (uma condição em que o prepúcio não se retrai adequadamente), e infecções sexualmente transmissíveis, como o HPV (papilomavírus humano).
A prevenção do câncer de pênis é relativamente simples e envolve principalmente a educação sobre cuidados de higiene e práticas sexuais seguras. A lavagem regular do pênis, especialmente sob o prepúcio, é essencial para prevenir a irritação crônica que pode levar ao desenvolvimento do câncer. O uso de preservativos durante as relações sexuais também é fundamental para reduzir o risco de contrair o HPV, uma das principais causas desse tipo de câncer. Além disso, a cirurgia para correção da fimose ou remoção do prepúcio excessivo durante a puberdade pode ser uma medida preventiva eficaz.
Diagnóstico e Estadiamento
Os primeiros sinais de câncer de pênis geralmente incluem uma lesão ou úlcera na glande (cabeça do pênis), no prepúcio ou no sulco coronal. Essas lesões podem ser pequenas no início, mas tendem a crescer e se tornar mais evidentes com o tempo. O exame físico realizado por um médico urologista é crucial para o diagnóstico e para não haver perda de tempo para iniciar o tratamento.
O diagnóstico definitivo do câncer de pênis é feito através de uma biópsia da lesão suspeita. Após a confirmação do diagnóstico, exames de imagem, como tomografia e ressonância magnética, são utilizados para determinar o estadiamento do câncer, ou seja, o quão avançada está a doença.
Tratamento
O tratamento do câncer de pênis depende do estágio da doença e da extensão do tumor. Para a lesão primária, a opção mais comum é a amputação parcial ou total do pênis, dependendo do nível de envolvimento do órgão. A amputação parcial pode permitir que o paciente ainda tenha ereções e mantenha uma vida sexual ativa, enquanto a amputação total é necessária em casos mais graves.
Entretanto, quando o tumor é identificado bem no início, é possível fazer procedimentos com preservação do pênis, como por exemplo, uso de laser para retirada da lesão.
Nos casos em que os linfonodos inguinais estão palpáveis ou o tumor é de alto grau e localmente avançado, pode ser necessária uma linfadenectomia inguinal e, em alguns casos, pélvica. Essa cirurgia envolve a remoção dos linfonodos afetados para prevenir a disseminação do câncer.
A quimioterapia sistêmica tem sido utilizada em algumas situações, tanto no pré-operatório quanto no pós-operatório, com resultados variados. Novos estudos estão em andamento para avaliar a eficácia de diferentes regimes de quimioterapia. A radioterapia local do pênis também pode ser considerada em alguns casos selecionados, embora os resultados ainda sejam motivo de debate entre os especialistas.
O câncer de pênis é uma condição séria, mas a conscientização e a prevenção são as melhores armas contra essa doença. A prática de uma boa higiene íntima, o uso de preservativos e a correção da fimose na puberdade podem reduzir significativamente o risco de desenvolvimento desse tipo de câncer. Para aqueles diagnosticados, o tratamento precoce e adequado é crucial para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida. Se você ou alguém que conhece apresentar sintomas suspeitos, procure orientação médica imediata para uma avaliação adequada e um plano de tratamento eficaz.