O que é câncer de próstata?
É o câncer que ocorre na próstata – uma pequena glândula em forma de noz que envolve a uretra masculina logo abaixo da bexiga urinária, podendo ser sentida através do exame de toque retal. Sua principal função é armazenar e secretar um fluido claro que constitui 10 a 30% do volume do fluido seminal, que, junto com os espermatozóides, constitui o sêmen.
O câncer de próstata é um dos mais frequentes tipos de câncer masculino. Este tumor geralmente tem crescimento lento e inicialmente fica confinado a esta glândula, local onde às vezes pode não causar sintomas ou danos sérios.
Enquanto alguns tipos crescem lentamente e necessitam de tratamento mínimo ou mesmo dispensam o tratamento, outros são agressivos e podem se espalhar rapidamente pelo organismo.
Os tumores de próstata que são diagnosticados precocemente – quando ainda estão confinados à glândula – têm uma chance maior de sucesso no tratamento.
Quais são os sintomas?
Ele pode não causar sintomas nos seus estágios iniciais, e mesmo não ser palpado durante uma consulta médica. Já os tumores mais avançados podem causar sinais e sintomas como:
- Problemas urinários.
- Diminuição da força do jato urinário.
- Sangue na urina.
- Sangue no sêmen.
- Edema (inchaço) nas pernas.
- Desconforto na região pélvica.
- Dor nos ossos.
Quais são as causas?
As causas ainda não estão claras, mas o tumor começa quando algumas células da próstata sofrem mutações no seu DNA, o que leva a alterações no crescimento e divisão celulares, os quais passam a acontecer de maneira mais rápida do que o que geralmente acontecia.
O acúmulo de células anormais forma um tumor que pode crescer e invadir tecidos próximos. Algumas dessas células podem se separar e disseminar (metástase) para outras partes do corpo.
Existem fatores de risco?
Os fatores de risco que podem aumentar a chance de tumores na próstata são:
- Idade avançada. O risco de câncer de próstata aumenta com a idade. Ele é mais comum acima de 65 anos de idade.
- Ser negro. Homens negros têm um risco aumentado de câncer de próstata em relação aos homens de outras raças. Não está claro o porquê.
- História familiar de câncer de próstata. Se um homem na sua família já teve ou está com câncer de próstata o seu risco pode estar aumentado.
- Obesidade. É mais provável que homens obesos diagnosticados com este tipo de tumor tenham a doença em um estágio mais avançado, o que torna o tratamento mais difícil.
Quais são as complicações do câncer de próstata e do seu tratamento?
- Disseminação do tumor. Os tumores de próstata podem se espalhar para tecidos vizinhos através da corrente sanguínea, ou do sistema linfático para os ossos e outros órgãos. Os tumores disseminados para outros órgãos são mais difíceis de tratar que o câncer confinado à glândula.
- Incontinência urinária. Tanto o tumor, quanto os medicamentos usados no seu tratamento podem causar incontinência urinária. O tratamento da incontinência depende do tipo de tumor, da severidade da doença e da probabilidade de melhora no longo prazo. A terapêutica pode incluir medicamentos, colocação de cateteres ou sondas e cirurgia.
- Disfunção erétil. A disfunção erétil pode ser resultado do câncer de próstata ou do seu tratamento, incluindo cirurgias, radiações ou tratamentos hormonais. Medicações, dispositivos a vácuo que auxiliam alcançar a ereção e cirurgias estão disponíveis para tratar esta condição.
Quais são os exames e como é feito o diagnóstico?
A maioria dos tumores de próstata é diagnosticada através de exames de rotina.
Exames da próstata incluem:
- Toque retal: durante a realização do toque retal o médico calça luvas, passa um lubrificante no dedo e o introduz no reto para examinar a próstata. Caso o médico encontre alguma anormalidade na textura, forma ou tamanho da glândula, você pode precisar realizar alguns exames complementares.
- PSA (Antígeno prostático específico): uma amostra de sangue é retirada de uma veia no seu braço e analisada. É realizada a avaliação do PSA, uma substância naturalmente produzida pela próstata. É normal uma pequena quantidade de PSA estar presente no sangue. Entretanto, se um nível acima do normal é encontrado, pode ser uma indicação de infecção ou inflamação na próstata (prostatite), aumento da glândula ou câncer.
O toque retal, associado à avaliação do PSA, ajuda a identificar tumores em seus estágios iniciais, mas os estudos ainda não comprovaram se estes exames salvam vidas. Por esta razão, há muitos debates e divergências sobre o rastreamento preventivo para o câncer de próstata.
O que fazer se o toque retal e o PSA estão alterados?
Se alguma anormalidade é detectada no toque retal ou no PSA, seu médico pode recomendar exames para verificar as condições da próstata, como:
- Ultrassonografia transretal. Uma ultrassonografia transretal é feita com um aparelho de ultrassonografia conectado a um transdutor transretal comprido e fino com uma cabeça um pouco maior por onde são emitidas ondas. O transdutor é revestido com camisinha e gel próprio (à base de água) e outra camisinha por cima para manter essa “bolsa de gel” no local correto, pois é ela que permite a visualização das imagens. Um lubrificante é passado na ponta do transdutor que será inserido pelo reto em cerca de 3 cm. O exame é indolor e rápido e o paciente não sente nenhum desconforto. Ele fica deitado de lado, de costas para o médico, com as pernas semi-flexionadas. Neste exame, dentre outras estruturas podem ser visualizadas a próstata e a vesícula seminal.
- Biópsia da próstata. É a coleta de uma amostra de tecido de células suspeitas (biópsia da próstata) para serem analisadas no laboratório com o objetivo de determinar a presença ou ausência de células malignas. Ela é realizada inserindo uma agulha na glândula.
Quando uma biópsia confirma a presença de câncer, o próximo passo é determinar a agressividade do tumor. A amostra de tecido é estudada e as células cancerosas são comparadas às células saudáveis. Quanto mais diferente das células saudáveis forem as células tumorais, mais agressivo o tumor e maior a chance dele se espalhar pelo organismo.
A escala mais usada para determinar a agressividade do tumor de próstata é o escore de Gleason. Este escore varia de 2 (câncer não agressivo) até 10 (tumores muito agressivos).