Esse artigo visa esclarecer a importância de fazer exames de rotina, uma vez que o cálculo renal é assintomático.
Cuide dos seus rins: conheça os sintomas e quando acontecem
Os cálculos quando localizados no interior do rim (pelve renal) podem apresentar pouco ou nenhum sintoma. Muitos cálculos renais pequenos podem ser eliminados na urina sem causar sintomas. Existem casos em que os cálculos podem ser assintomáticos e crescerem até um tamanho considerável, sem que o paciente os note.
Na maioria dos casos, a descoberta de um cálculo renal ocorre com as famosas “cólicas renais”. Isso ocorre quando algum cálculo obstrui a via urinária, geralmente quando ele migra para o ureter, que é o canal que leva a urina do rim até a bexiga. Os sintomas de cólica renal geralmente são clássicos, como a dor na parte inferior das costas, no abdome lateral ou embaixo das costelas com irradiação para o testículo do mesmo lado nos homens ou para o grande lábio vaginal nas mulheres. Se há infecção urinária concomitante, pode ocorrer febre. É muito comum sentir uma súbita vontade de urinar ou ser obrigado urinar muitas vezes com pequenos volumes.
Cuide dos seus rins: Faça exames periódicos e tenha diagnóstico
Quando o paciente está com esses sintomas deve procurar rapidamente um serviço médico de urgência ou entrar em contato com seu urologista. Para confirmar o diagnóstico de cólica renal, o médico fará um exame físico completo a fim de se descartar outras patologias. Além disso, realizará exames complementares, como o exame de urina (que geralmente apresenta sangramento microscópico (hematúria microscópica), com sinais ou não de infecção urinária associada); exames de imagem, sendo a tomografia computadorizada a mais utilizada, pois é o exame de melhor acurácia para o diagnóstico de cálculo das vias urinárias. Quando não há disponibilidade de tomografia, realiza-se a ultrassonografia de rins e vias urinárias (USG) e/ou radiografias simples de abdômen. Esses dois últimos exames não conseguem fazer diagnóstico em mais de 30% das vezes. A urografia venosa (radiografia dos rins com a utilização de contrastes venosos) já não é muito utilizada no paciente com cólica renal. É sempre importante lembrar que outras doenças como apendicite, constipação, colecistite, diverticulite, gastrite aguda, pancreatite, entre outras podem ter alguns sintomas semelhantes, sendo portanto necessária a avaliação médica urológica.
Cuide dos seus rins: Conheça os tratamentos disponíveis
Na ocorrência dos episódios de cólica renal, são utilizados analgésicos para alívio da dor. A partir do momento que os exames confirmarem o quadro de obstrução das vias urinárias por cálculo, o tratamento pode ser feito de diversas formas, a depender da intensidade e freqüência da dor, presença de febre, alteração na função dos rins e característica dos cálculos, como o seu tamanho, localização e consistência.
O tratamento clínico consiste em medicamentos que combatam a dor e facilitem a expulsão do cálculo. Caso haja necessidade de algum procedimento para o tratamento emergencial dos cálculos, estes são atualmente minimamente invasivos, com alta hospitalar precoce e recuperação relativamente curta.
O mais comum é a Ureterolitotripsia Transureteroscópica Rígida, que apesar do nome complicado consiste em uma endoscopia (semelhante a utilizada para o aparelho digestivo) através da uretra (canal urinário externo), no qual é visualizado, fragmentado e retirado o cálculo do ureter. Ao final desse procedimento é colocado um dreno da via urinária (que fica totalmente interno no paciente), chamado cateter duplo j, que consiste em um fino tubo de silicone que facilita a passagem da urina represada nos rins, e que é retirado alguns dias após o primeiro procedimento.
Outro procedimento que pode ser realizado é a Ureterolitotripsia Transureteroscópica Flexível, que se utiliza de um aparelho flexível que permite o acesso até a parte inicial do ureter e também do rim, que não são acessíveis com o aparelho rígido. Entretanto, a ureteroscopia flexível não pode ser utilizada em situações de possibilidade de infecção urinaria e também quando o ureter é estreito (essa avaliação do tamanho do ureter só pode ser feita no intraoperatório).
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