Pieloplastia: Tratamento padrão para Estenose de JUP
A estenose da junção ureteropiélica (JUP) é uma condição em que há um estreitamento na junção entre a pelve renal (onde a urina se acumula nos rins) e o ureter (o canal que transporta a urina até a bexiga). Esse estreitamento impede o fluxo normal de urina, levando ao acúmulo no rim, o que pode causar danos ao órgão.
Estenose de JUP: Assintomática em muitos casos
Um dos pontos importantes da estenose de JUP é que, em muitos casos, ela pode ser assintomática. Ou seja, a pessoa pode não sentir nenhum desconforto ou dor por anos, e a condição só ser descoberta de forma acidental em exames de imagem, como ultrassonografias ou tomografias realizadas por outros motivos.
Origem da Estenose de JUP
Essa condição geralmente tem uma causa congênita, ou seja, ela se forma durante o desenvolvimento embrionário. O estreitamento ocorre ainda no útero, durante a formação dos rins e do sistema urinário do bebê. Com o avanço dos exames pré-natais, como a ultrassonografia, é possível diagnosticar a estenose de JUP ainda durante a gestação. Essa detecção precoce permite que os bebês sejam monitorados e, se necessário, tratados ainda na infância. Em alguns casos, o tratamento pode não ser imediato, sendo acompanhado até que haja necessidade de intervenção cirúrgica.
Sintomas da Estenose de JUP
Embora muitos pacientes possam ser assintomáticos, quando os sintomas aparecem, os mais comuns incluem:
– Dor na região lombar ou abdominal (geralmente em um lado)
– Infecções urinárias recorrentes
– Sangue na urina (hematúria)
– Náuseas e vômitos, além da piora da dor (similar a cólica renal), após ingerir líquidos em grandes quantidades
Diagnóstico
O diagnóstico da estenose de JUP, quando não foi feito na infância, é feito através de exames de imagem, como ultrassonografia, tomografia computadorizada (TC), cintilografia e urografia excretora. Esses exames permitem visualizar o bloqueio e avaliar o estado do rim.
Tratamento Cirúrgico: Pieloplastia
Quando o tratamento é necessário, a solução mais comum é a pieloplastia, uma cirurgia que corrige o estreitamento da junção ureteropiélica. Atualmente, essa cirurgia pode ser realizada de forma minimamente invasiva, por laparoscopia ou por robótica, com pequenas incisões e uma recuperação mais rápida.
Como é feita a cirurgia?
- Anestesia geral: o paciente é colocado sob anestesia geral.
- Correção do estreitamento: o cirurgião remove o segmento estreitado da junção entre o ureter e a pelve renal.
- Reconexão: a parte saudável do ureter é reconectada à pelve renal, permitindo que a urina flua normalmente.
- Stent temporário: ao término da reconexão, é colocado um stent (cateter duplo j) temporário dentro do ureter para manter a passagem aberta até que o local cicatrize completamente.
Pós-operatório e Recuperação
Após a pieloplastia, a maioria dos pacientes pode voltar para casa em poucos dias, e a recuperação completa pode levar algumas semanas. O stent é removido geralmente após 30 dias, durante procedimento sob sedação em ambiente hospitalar.
Quando procurar um urologista?
Se o paciente apresentar essa condição através de um exame de rotina ou apresentar dores na lombar, infecções urinárias recorrentes ou qualquer sintoma semelhante, é fundamental buscar avaliação com um urologista.
Nossa preferência é realizar a cirurgia de pieloplastia robótica nos casos em que há indicação de correção da estenose, evitando complicações a longo prazo, sendo a mais comum, a perda da função do rim que está dilatado.